Pois regressei à capital de Portugal. Significa isto que retorno à minha vida de boémio, de explorador destes recantos lisboetas, de taberneiro de primeira categoria. Mas de uma forma mais comedida, claro está. Volto ao mercado laboral, à adrenalina do PT, às filas doentias e ao frenético devir dos cidadãos incógnitos que invadem estas artérias. E não sendo a vida só trabalho, longe disso, ora pois, junto os meus camaradas da luta para umas noitadas à antiga. Mas não me aguento, e tenho que cortar. Tem que ser. Invade-me este sentimento perfeccionista, e tenho que dizer ao mundo o que me vai na alma. Como o camarada JPP, torna-se imperativo que conheçam a minha visão sobre as gentes e as coisas. Pois camaradas (utilizo esta expressão não por ser um ferveroso adepto desta ideologia do encarnado mas para homenagear carinhosamente o camarada Jel), na semana passada dei um saltinho ao Tokyo, e nesta um saltinho ao Jezzbel. As diferenças são evidentes. São lugares distintos, mas destinados às mesmas hipóteses: rir, dançar, emborcar e praticar o acto da caça aos sexos. Comecemos então pelo Jezzbel. Embora tenha ido em tão boa companhia, confesso-vos que fiquei muito desapontado. Já lá tinha tido boas noites, em que muito me diverti. Mas passados estes três meses de ausência, é com consternação que constato que a malta regrediu, e muito. A aventura começa à entrada, uma daquelas entradas dos locais da moda, como há muitos por aqui. Porteiro brutamontes, microfone e auricular, cabeça rapada, indumentária negra. Se queremos entrar no Jezzbel, temos que contar com um inquérito como os que são feitos no DIAP. Pouco falta para que nos perguntem o grupo sanguíneo e para que nos solicitem uma cópia do registo criminal. Desgraçado do camarada que seguia à minha frente, que bem revirou a baralhada carteira em busca de um imaginário cartão da casa. Porque se não o encontra, paga 50 Euros. Imagino que se tivesse que pagar 50 Euros para lá entrar, prontamente seria recebido por uma lindíssima brasileira que sorriria de satisfação enquanto me lambia as bolas. Mas não paguei. Como vou em boa companhia feminina, a duplicar, sou convidado a entrar ao movimento de uma vénia. E lá dentro encontro o circo das variedades. Cromos, muitos, demasiados. Encontro o efeito Tamariz, mas de uma forma inversa. No Tamariz são os putos estúpidos armados em bons a quererem parecer mais velhos. No Tamariz são os cotas a quererem parcer putos estúpidos. São as gatas, lindíssimas, mas em grupo, a fomentarem a barreira entre os sexos. São as filas indianas de cús bons e pares gloriosos, são os cromos que saíram tão tarde do trabalho que, para ali marcarem o ponto, só tiveram tempo de sacar a gravatinha. É a doideira com as caras conhecidas e com o beijo solteiro. É uma doença. Calculo que ali ninguém se divirta, tal é a falta de descontração. Já o Tokyo... bem, o Tokyo é um filme. Mas ali divirto-me. Não quero parecer simplório, mas é com simplicidade que consigo descontrair. No Tokyo ninguém torce o nariz por ver que me estou a divertir, e muito. Ninguém torce o nariz porque ali todos se divertem. Ali ouvimos os hits da nossa juventude. Basta pedir, que nos fazem a vontade. Ele é Duran Duran, ele é Gun's, e por aí fora. Bem sei que estão fora de moda. Mas para descontrair verdadeiramente, só mesmo com as letras que recordo. E rimos, dançamos, tomamos umas, e há comunicação. Estamos todos para o mesmo. Não para marcar o ponto ou para ficar bem na fotografia ao lado da Pipinha. Ela e os seus lindos seios que me perdoem, mas não é para isso que saio à noite. Nem tão cedo voltarei ao Jezzbel, mas ao Tokyo é certinho que na próxima semana lá estarei, que mais não seja para me rir como um perdido.
domingo, janeiro 14, 2007
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3 comentários:
ESTÚPIDO!
Sim senhora menino Xiquinho... Vais ao Jezbel e nem me comunicas??? O meu irmao perguntou-me no Domingo, muito indignado: "O Açoriano está ca? Pareceu-me ve-lo no Jezbel!" lol Afinal eras msm tu... Que mal te pergunte: onde é o Tokyo???
Bjos Margarida
O Tokyo fica no quinto dos infernos. É lá que aqui o Nosferatu gosta de ir dar umas espetadelas. Eu bem que te dava uma espetadela também, tão bem dada que até vias o Tokyo. Baci
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