A Mafia do Portugalinho

O Sr. Engenheiro continua a surpreender. Ele e o camarada Teixeira dos Santos. Que dupla meu Deus! Eles não param. E tudo "por um mundo melhor", ou, neste caso, por um Portugal melhorzinho, pensam eles, ou Portugalinho. Porque é assim que estes senhores nos olham, como criaturas triviais e insignificantes, meros abastecedores da máquina do Estado. Eles agradecem, claro está, pois só assim poderão manter a vida extravagante que levam. O facto é que tudo evolui. Contudo, a evolução do mundo político ficou muito aquem das nossas expectativas. Os nossos políticos chamaram a si o papel dos monarcas. Na República vive-se como se vivia na corte de D. João VI e Carlota Joaquina, ou mesmo como na corte de Luís XVI e Maria Antonieta. Vive-se à grande e à francêsa. Antes eram eleitos para servir o povo. Hoje são eleitos para servirem os seus interesses, para encherem a pança, para usufruir de regalias que estão a uma longa distância do cidadão comum. Antes utilizavam os transportes públicos para se deslocarem. Hoje compram-se automóveis topo de gama, sempre com o extra incluído do Sr. Motorista que passa o dia a ler a bola e a passar paninhos na máquina no Terreiro do Paço. E os ordenados, meu Deus, ordenados de bradar aos céus, o quadruplo do que auferimos num emprego normal. E não contesto o ordenado dos ministros e do PR. Contesto os ordenados de assessores e adjuntos, e secretários e afins. Conheço bem a função pública e sei a pouca vergonha que é. E nós assistimos a tudo isto, impávidos e serenos. Que remédio?? Como falava com o meu camarada da luta, é por estas razões que os cidadãos se afastam da política. Porque são só balelas. E o que nos cobram, tanto que nos cobram. E resultados???? Nada, três vezes nada. E benefícios para os cidadãos???? Nada, três vezes nada. Como se não bastasse o que nos roubam diariamente, eis que surge mais um imposto. É verdade caros amigos. Agora quem pensar em oferecer quantias iguais ou superiores a 500 Euros terá que pensar duas vezes. O Estado cobrará 10% sobre o valor doado. É assim. Lembrei-me do filme “Goodfellas” de Martin Scorsese, da cena do casamento em que todos os convidados ofereciam gordos envelopes de dólares. Imagino a cara do ministro Teixeira dos Santos, a esfregar as mãozinhas e a pensar “guito, guito, guito, guito, guito... 10%, 10%, 10%, 10%, 10%...” Qualquer dia o governo está a aplicar taxas de extorsão como as aplicadas pela Máfia. Já para não falar nos “olheiros” que por aí andam, a avaliar os sinais exteriores de riqueza dos cidadãos, para depois reportarem ao Sr. Ministro das Finanças. Típico das ditaduras comunistas. É nisto que estamos a entrar, numa ditadura dissimulada, inspirada no formato televisivo do Big Brother. É triste, mas os conceitos democráticos instituídos durante anos e anos e que tanta luta geraram para que fossem concebidos estão a ser postos à prova. Se fosse comunista diria “vamos à luta camaradas”, mas não sou, longe disso até. A minha luta é outra.