sexta-feira, setembro 15, 2006

A minha vida é uma arma



O guerrilheiro disposto a explodir em nome de Deus: Qual a sua origem? É isso a que se propõem Christoph Reuter, historiador e jornalista para contar a história do suicídio como poderosa arma de guerra.
O mártir como retrata o autor, tem nos nossos dias um valor propagandístico incalculável. Proclamam aos "seus": sigam o nosso exemplo, demonstrando assim que a causa é mais grandiosa do que as próprias vidas, avisando o Ocidente que, o receio é a humilhação e não a morte, não temendo os "nossos" poderosos exércitos. Estes mártires tornam-se ídolos, tal a exaltação da sua morte, concretizando a máxima de Andy Warhol:"todos têm direito a 15 minutos de fama". Esta máxima é ainda mais catastrófica,se considerarmos os custos irrisórios que são necessários para este tipo de operações assassinas, o que torna acessível a qualquer um a produção deste tipo de atentados.A incompreensão e a perplexidade suscitadas pelos ataques deste tipo, foi a mesma verificada no grande acontecimento, que cumpre actualmente "5anos de vida" mas que teve a dimensão que todos sabemos, "aparentemente" com recurso a dois pares de x-actos que podem tirar a vida a milhares. Muitos jornalistas e politólogos traçaram imagens de demónios depois dos atentados do 11 de Setembro, sendo os bombistas descritos como loucos. Acreditavam que iam directamente para o céu, para o paraíso, onde aguardavam as 72 virgens para cada um deles. Este fenómeno é altamente complexo para nos alinharmos por este tipo de considerações políticas. O que nos é proposto pelo autor, é as razões que provocaram o seu ressurgimento, os modelos de sociedade que facilitaram a sua propagação, conduzindo o leitor, numa sequência lógica às lutas islâmicas pelo poder, ao universo das teorias da conspiração, aos cenários de guerra e ao dia-a-dia de povos desesperados.

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