terça-feira, outubro 10, 2006

Erasmus é...a puta da loucura.


Esta foto do meu companheiro de crónicas e paródias fez-me lembrar os saudosos tempos de estudante Erasmus. Aí sim, levava-mos uma rica vida de ócio e de aculturação. Tão bom. Sinto falta de acordar sem objectivos mas de chegar ao fim do dia com a sensação de dever cumprido, de mais um dia de folia, de mais um dia em que fiquei a conhecer um pouco de outro mundo que não era o meu. Cada dia era uma descoberta. Um monumento perdido numa qualquer cidade do leste europeu, um conhecimento ocasional transmitido por alguém que sabemos que em breve não fará parte da nossa vida, uma festa louca onde se fudem dezenas de culturas diferentes, sentar à mesa de um restaurante e pedir ao calhas.
Às vezes temos que esquecer o conforto do lar e partir à aventura. Devemos esquecer as facilidades da vida e testar os nossos limites. Nós próprios não conseguimos imaginar do que somos capazes de aguentar. Temos, pois, uma oportunidade de fugir ao nosso contexto, enriquecer a nossa visão sobre o mundo, conhecer e integrarmo-nos noutras culturas tão distintas da nossa, aprender a viver com costumes e valores tão diferentes dos que nos foram ensinados, promover o nosso espirito de companheirismo e de cooperação. Gostava que mais pessoas pensassem como eu. Gostava que por uns meses esquecessem os preconceitos e ideias parvas com que regem as suas vidas e se lançassem à aventura. Certamente não se vão arrepender como eu não me arrependi. Pelo contrário, tornei-me uma pessoa melhor e com uma visão muito mais alargada sobre o mundo. Fica-se a perceber que já não estamos circunscritos apenas à nossa origem. Em qualquer parte no mundo podemos fazer sucesso, que mais não seja a partilhar uma ideia louca que nos paira no cérebro ou mesmo a ser o centro da atenção onde ninguém faz a mais pequena ideia de quem somos. Não fiquem aí a dormir. É a puta da loucura.

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