quarta-feira, novembro 15, 2006

Little Miss Sunshine



Sobre este filme o meu companheiro de crónicas já falou. Mas como tenho sempre "muito para dizer ao mundo", gostaria de partilhar convosco, leitores atentos deste espaço demoníaco, a minha opinião acerca desta história, que me fez chorar de tanto rir como um perdido. Aqui no cinema da minha terra qualquer dia já não me deixam entrar, tal é o "power" da minha gargalhada. Mas não aguento, e muito menos aguentei a ver Little Miss Sunshine. Não querendo correr o risco de me tornar repetitivo, mais uma vez gostaria de deixar aqui o meu protesto acerca de quem quem faz a tradução dos filmes, e em concreto no que concerne aos títulos. Pois em português, o filme foi baptizado como "Uma família à beira de um ataque de nervos". Nada mais posso fazer do que lamentar profundamente esta anormalidade. No âmbito pessoal, tenho, pois, o direito de discordar acerca do tema do filme, isto é, a família disfuncional. Para mim esta família pouco tem de disfuncional, bem pelo contrário. Já sabem que não gosto muito de aprofundar acerca dos filmes que vejo. Para isso podem contar com os críticos da imprensa especializada. Refiro-os aqui apenas para vos incentivar a levantar o cú da cadeira e marcharem até à sala mais próxima. Apenas vos conto a essência do filme. E este, realmente, encantou-me. Conclusões??!! Disfuncionais são os que andam perdidos neste mundo, os que pensam que tudo vai mal, os que imaginam que tudo vai contra a maré e os que teimam em afirmar que nem sempre existem soluções. Que eu saiba apenas não há solução para a morte. O filme capta, isso sim, a essência da verdadeira família. Como todos se desentendem mas como, em momentos menos agradáveis, todos se unem em torno da mais sólida instituição social. Disfuncionais são as outras famílias, em que os pais projectam nos filhos as suas frustrações, utilizando-os como marionetas para atingir os seus fins, criticando os que se divertem e os que são verdadeiros, estas mesmas pessoas que criticam a normalidade, que pregam moral na rua mas que levam no cú em casa. Bom, espero que vejam Little Miss Sunshine e depois entenderão esta salganhada que acabei de postar aqui.

3 comentários:

Maria Brandão disse...

É taxativo atribuir rótulos a quem quer que seja. Para mim, “disfuncional” é um conceito subjectivo, pois depende da forma como a cabeça de cada um perspectiva o mundo que o rodeia. De qualquer forma, e segundo as regras de comportamento vigentes, essa família é disfuncional q.b., o que não significa, necessariamente, que não tenha gostado da postura deles. Pelo contrário. Gostei muito, principalmente do avô tarado e heroinómano!!! Mau, mesmo, foi o final feliz, o “moral da história”. Não era, de todo, necessário para a percepção da mensagem e banalizou um pouco o filme. Enfim, se calhar também sou um pouco “disfuncional”: gosto muito mais de filmes sem moral ;)

Xiquinho disse...

Não acho que tenha sido um final feliz. É mais um "ok, afinal tudo se resolve quando a família, por menos unida que seja, adopta um rasgo de consciência". O avô, esse sim disfuncional mas com momentos de lucidez fantásticos. Tarados à antiga...com classe.

TMF disse...

Só queria deixar uma nota:achei o elenco do filme fabuloso!Uma interpretação fantástica dos actores no seu conjunto!