quinta-feira, novembro 23, 2006

A Mulher Taberneira


A mulher taberneira é, lamentavelmente, uma espécie do sexo feminino que se encontra em vias de extinção. São aquelas mulheres que nos fazem rir como uns perdidos e cuja companhia torna a existência do homem, também ele taberneiro, muito mais agradável e divertida. Não vamos, no entanto, associar o conceito de mulher, em toda a sua forma mais bela, ao conceito de taberna. A única associação possível diz respeito ao estado de espírito e não à terrível imagem de uma mulher a arrastar-se pelo balcão de uma taberna, encharcada em tinto. Nada disso. A mulher taberneira é querida, fiel aos seus princípios, sabe aproveitar a vida ao máximo, não se chateia com nada, ou pelo menos com muito, diverte-se com os amigos, gosta de tomar copos, às vezes para saborear, outras vezes para descomprimir. Quando sai à noite, fá-lo para descontrair, para esquecer a sua atribulada semana, para rir até saltarem peças, para dançar até cair, e claro, para caçar a sua presa. Nunca sai para ser vista. Não é daquelas, como há muitas, que levam a noite toda a mamar na mesma cerveja, que se preocupam com a opinião das outras pessoas, e na maioria dos casos nem as conhecem, não é daquelas que apenas sai com as amigas, daquelas que levam a noite toda em grupo, qual fortaleza feminina, a "cuscar" o alheio, a olhar mais para as outras mulheres, para o que trazem vestido e para o tamanho dos peitos, mais do que olham para os homens. Não, a mulher taberneira não é desse tipo. Não está mesmo para aí virada. A mulher taberneira não atura merdas e, muito menos, gajos mal acabados. Se o namorado é daqueles que dá mais valor ao carro do que à namorada, se a chateia porque não sacudiu os pés antes de entrar, ela simplesmente manda-o parar e sai do carro. A mulher taberneira não precisa disso. Anda de taxi, ora bem. É conversadora. Não a vemos apenas a trocar olhares. Nada disso. Fala e sabe do que fala. Não discute futilidades, nem gosta de quem as discute. Fala sobre o concreto, de uma forma divertida e descontraída. Gostava que todas as mulheres fossem assim, como a mulher taberneira. Infelizmente cada vez há menos. Só aparecem as parvalhonas, as que não se sabem divertir, que não têm poder de decisão sobre nada, que não sabem o que querem, as que só se preocupam com a opinião dos outros, que acham que tudo está mal e, se olhamos para elas e as elogiamos, ainda ficam ofendidas e chamam-nos de ordinários. Volta mulher taberneira que fazes aqui falta.

4 comentários:

Maria Brandão disse...

Bom, pensava eu que estavas a falar de mim - aliás, revi-me, absolutamente, na tua descrição de mulher taberneira -, quando percebi, pela última frase, que, afinal, o teu post foi elaborado a pensar na amiga Anita!!! Não faz mal, brother, o que interessa "même" é continuar a festa. Vive la vie e o divertimento, a cerveja (muita), os amigos, a falta de chatices, dançar até cair, os gajos bem acabados, os táxis e, last but not least, a caça nocturna (uuhhmmmmm!)
Beijos, mano taberneiro ;)

Xiquinho disse...

ifrit, bienvenido coño. Gracias por tu comment.

maninha, somos uns taberneiros do pior que há...e que securas meu Deus.

TMF disse...

Já não se produzem mulheres taberneiras de excelência.

Ela não reage..age!

Em busca da taberneira perdida..numa bodega perto de si.

Xiquinho disse...

Anita:

Grazie pelo comment. Espero que o intervalo seja curto. Se há coisa que me parte o coração é uma taberneira em cativeiro. Sim, tão bom que é um momento de boa disposição, virar umas quantas Carls e rirmos como uns perdidos. Na companhia de uma taberneira então é de luxo. E preocupações....baa, temos mt tempo para nos preocuparmos. Temos que levar esta vida na brincadeira, pois, não saímos vivos dela. Fazer o quê?? Rir muito, rir ainda mais e fazer muito amor. Tem que ser ;) Baci mile. Volta sempre