segunda-feira, dezembro 11, 2006
A morte antecipou-se à justiça
Augusto Pinochet antigo ditador chileno, morreu no domingo, aos 91 anos, devido a problemas cardíacos. Ao ser conhecida a notícia, Santiago do Chile explodiu de emoções, entre os apoiantes que lhe choraram a morte e os outros, vítimas ou descendentes das vítimas do regime.
O jornal espanhol El País observa que a morte de Pinochet ocorreu, “significativamente”, no Dia Universal dos Direitos Humanos, mas que ele “morreu sem responder pelos seus crimes”.
O diário reproduz declarações do juiz espanhol Baltasar Garzón, que iniciou um processo contra Pinochet em 1998 por genocídio, terrorismo e torturas, de que as acções devem continuar “porque as vítimas não foram somente de Pinochet, mas também de outras pessoas, militares ou não militares, que estiveram implicados nos factos”.
O jornal francês Libération relata que Pinochet terá um funeral com honras militares, mas não com honras de Estado, por ordem da presidente Michelle Bachelet. “Ela mesma foi presa com a mãe durante a ditadura de Pinochet, e seu pai foi torturado até a morte pela polícia política”, diz a reportagem.
O diário alemão Stuttgart Zeitung comenta que Pinochet “representava com perfeição” o modelo dos ditadores latino-americanos dos romances de autores como Gabriel García Marquez, Mario Vargas Llosa, Alejo Carpentier ou Miguel Angel Asturias.
O italiano La Repubblica afirma que Pinochet traiu não somente o presidente Salvador Allende, que o havia nomeado comandante do Exército, mas também os demais generais conspiradores.
O diário The Daily Telegraph, por sua vez, lembra a proximidade do ex-líder do regime militar chileno com a ex-primeira ministra britânica Margareth Thatcher, “profundamente entristecida” pelas notícias. “Ela afirmou que o general Pinochet ofereceu ajuda vital à Grã-Bretanha durante a guerra das Falkland (Malvinas) em 1982”, refere o jornal.
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1 comentário:
Pois, muitas vezes, acaba por ser a justiça Divina mais célere do que a do Homem. Aconteceu com Pinochet e com Slobodan Milosevic. E há também os que antecipam estes dois tipos de justiça, como o fizeram Hitler, Himmler, Goebbels e Goering, entre outros tantos.
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