segunda-feira, abril 28, 2008

A histeria do calor

O calor. Como Júlio César nas suas conquistas, chegou, viu e venceu. Bastou o sol mostrar um arzinho da sua graça para que, na última sexta feira, todo o país se sentisse mobilizado para levantar o cú do sofá e ir para a praia mergulhar as ideias. Gostei. Imaginar o Colombo ou o Almada Fórum invadidos por uma onda de ar puro, fez com que eu esboçasse um sorriso de alguma satisfação. Foi a histeria colectiva. Famílias inteiras rumo ao Algarve e à Caparica. Vi carros que levavam o mundo. Pais, filhos e avós, boias, braçadeiras e cãezinhos, lanches práticos ou verdadeiros banquetes de beira de estrada, tudo e mais alguma coisa foi transportado para a costa de Portugal. E quando digo costa não me refiro só às praias ou à Caparica. Não senhor! Enquanto fazia o meu jogging de domingo à tarde, cruzei-me com muitos veraneantes de Abril, que foram molhar o pézinho ao cristalino mar da Cruz Quebrada. Verdadeiros criativos, que se faziam acompanhar de sacos de carvão e de grelhadores portáteis, aquilo a que eu chamo "um kit do caraças," e de algumas dezenas de grades de "mines". Mas quando falo em histeria colectiva de corrida às praias, atinjo o climax sempre que passo na praia de Carcavelos em dia de calor. Aquilo sim, dá gosto ver. Enquanto atravesso a recta da praia no meu "boguinhas," consigo visualizar a enorme "nata" que envolve os caros banhistas. Chamo "nata" à mistura composta por toneladas de protector solar, gel, desodorizante e uma ou outra gotinha largada por alguém mais descuidado. Também aprecio com gosto as muitas excursões que ali fazem paragem obrigatória. Na única vez que resolvi ir à praia de Carcavelos, fui logo adoptado por uma família de 12, que não hesitou em colar as suas toalhas à minha. Claro que estou a ser mauzinho e a exagerar. Eu também sou um histérico da praia, e neste fim-de-semana não fugi à regra. Bem pelo contrário, fiz um roteiro à maneira, com direito a petisco e tudo. A diferença é que sou um histérico organizado, e faço trinta por uma linha para evitar multidões. E também levo farnel. Encontrei um saquinho-frigorífico que leva 6 "mines" com uma classe que só visto. Não devia estar a dizer isso, mas como sou amigo, informo que Tróia não tem tanta maquinaria do Belmiro como imaginávamos. Bons mergulhos camaradas!

1 comentário:

Maria Brandão disse...

nada melhor do que uma saladinha de polvo e uma cervejinha dps da praia para terminar o dia em grande. aliás, foi um fds de comer bem e beber melhor TKS xiquin :)))