segunda-feira, dezembro 15, 2008

A Traça



Ah...a traça! Vil criatura que penetrou no sossego do meu lar e que violentou o meu guarda roupa. Mais do que uma prostituta que suga o prazer e a carteira do seu cliente, a que por cá andou violou uma parte significativa da minha idumentária. A culpa foi minha! Com a mania que tenho de andar a salvar a vida de toda a bicharada que por cá passa, lixei-me! Fazia lá ideia que aqueles bichinhos que, uma vez por outra apareciam na minha banheira, eram traças! E lá ia eu, qual otário, com um papelinho, para salvar a sonsa da criatura. No meu imaginário as traças não rastejam, voam. Imaginava algumas dezenas de minúsculos kamikazes a despenharem-se nas mangas e nos bolsos dos meus blazers. Estúpido animal. E o meu pai já me tinha dito, "compra dum-dum que tens cá traças!" Mas como não as via fiz orelhas moucas. Claro que, depois de feito o estrago, lá as bombardeei com naftalina. Sim, foi a minha vingança, uma espécie de "solução final" das minúsculas criaturas. Isto cá em casa parecia Auschwitz. Minúsculas mas vorazes, pois, para papar um fatinho à medida da minha envergadura é preciso ter estomago. Mas também digo uma coisa: até considero que a maior parte da bicharada tem um pingo de inteligência. Mas haverá animal mais idiota? Com tanta coisa que há cá em casa para matar a fome, lembrou-se a criatura de forrar o estomago com o meu fatinho da Loja Correia. Olha, foi da maneira que o reformei ad eternum. Já tinha uns aninhos, lá isso tinha. Mas este foi o ano da roupa, ou melhor, de azar com a roupa. Pior do que a traça foi a minha vizinha de cima, que decidiu pintar as portadas de verde num daqueles dias fabulosos para preencher o estendal. Pintou as portadas, pintou-me dois pares de calças, uma camisa e duas boxers. Até tive pena da rapariga. Mas que lá me ressarciu, ressarciu! Para as curiosas que pretenderem baixar-me as calças, digo já que não deitei as boxers para o lixo. As manchas verdes continuam por lá. Ah, e atenção: não sou fanático do Sporting nem tão pouco pertenço à nobreza.

6 comentários:

Anónimo disse...

Chiquinho, "No meu imaginário as traças TAMBÉM voam"... Fico feliz por não ser a única "ignorante" a achar que as traças eras parecidas com aquelas borboletas da noite... Eu às vezes vejo estes bichos nojentos no chão da casa de banho mas nunca pensei k fossem traças... De qq forma, eu sou diferente de ti... PISO-AS!!! lol
Bjos

Margarida

Maria Brandão disse...

Com um irmão "pesticida" é uma vergonha termos bicharocos em casa :) Eu tb descobri umas traças gordonas e dps do teu post fui logo comprar produto p as matar!!

RMJ disse...

hahahahahahahahaha
quer-me a mim parecer que:

1º ainda bem que é natal, para recebres de bom grado as tipicas meias, pijamas, e boxers que as tias e avós tanto gostam de oferecer nesta altura.

2º que talvez não seja má ideia ires as compras.

3º repensar a localização do estendal da roupa ;)

Xiquinho disse...

:) Pois venham estas meias e boxers. Sabes que isto com a roupa interior, mais nunca é demais. Mas vá lá que a traça só me comeu um dos fatos mais antigos que já nem utilizava. Já o estendal não posso mudar. Mas depois do dinheirão que teve que me pagar pela roupa, acho que a minha vizinha já desistiu de fazer bricolage. Bjs

Anónimo disse...

Põe casca seca de laranja no armário que a traça não gosta, faz suminho gostosinho pra gaja e faz-lhe uma proposta!

Anónimo disse...

Nós chamamos dois insetos de traças:

Um é esse detestável que come nossas roupas e livros e o outro que voa e ataca nossa dispensa. São diferentes, mas o nome popular para ambas é traça!